Por Tatiana Farah, do Estado de Minas
Até o dia 5 de maio, Lula deverá fazer três agendas de viagem com o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário. Eles devem seguir por Rondônia e Pará, para entregar assentamentos, depois vão à divisa de Pernambuco com a Bahia, para lançar o primeiro assentamento irrigado do país, e encerram as viagens no Paraná, na Fazenda Brasileira, em Ortigueira. A Fazenda Brasileira foi ocupada por sem-terra em 2005.
Segundo o ministro, a reforma agrária este ano voltou ao ritmo dos primeiros mandatos de Lula. Até o final do mês, serão 15 mil famílias assentadas. A meta do governo é assentar 30 mil famílias este ano e outras 30 mil no ano que vem. É a metade da demanda por reforma agrária do país, que conta com 120 mil acampados, segundo levantamento do ministério.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário apontam que, desde 1995, o Brasil assentou 528 mil famílias. De 2016 a 2020, não houve assentamentos. E, nos dois últimos anos de seu governo, Jair Bolsonaro assentou pouco mais de duas mil famílias. Nos dois primeiros anos deste governo, Lula fez cerca de 24 mil assentamentos.
As viagens de Lula para mostrar a reforma agrária ocorrem em meio ao Abril Vermelho, do MST, que já fez mais de 20 ocupações pelo país. Os sem-terra têm criticado o governo e a gestão de Paulo Teixeira.
Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que fazer política envolve pensar em um propósito social e afirmou que não faria parte de qualquer projeto político. Ele concede entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil.
"Eu não faria parte de qualquer projeto político mesmo. Você é político? Qual é o projeto? Pra fazer o quê? Sim. De novo, né? É projeto? Qual é o projeto? Ah, é esse projeto. Bom, então conta comigo. Então, pra mim, a minha vida pública é isso. Qual é o projeto? O que nós estamos fazendo aqui? Ah, mas você vai ser ministro? Mas pra quê? De quê?", exemplificou o ministro.
Haddad contou que o convite para assumir o Ministério da Fazenda foi feito pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante um encontro no Egito. O ministro disse que aceitou o cargo ao expor ao presidente quais seriam suas ideias à frente da pasta, como a proposta de buscar justiça social por meio da ampliação da isenção do imposto de renda.
"Ele falou: 'e aí? Eu tô pensando em você pra Fazenda. Você tá afim?' A gente tem muita tranquilidade em conversar um com o outro. Eu falei: 'presidente, a gente vai ficar ruim se um dia você me demitir. Fui candidato a presidente. Vou ser seu ministro. Já fui seu ministro. Vamos fazer o seguinte. Deixa eu falar o que eu tô pensando. Se o senhor topar, aí eu aceito'", disse Haddad.
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